sábado, 11 de dezembro de 2010

Perdido em mim mesmo



Dia de festa. Cidade colorida, iluminada. Gente de todos os tipos indo e vindo sem saber exatamente onde, e não consigo conter. Minhas pernas, com sua vida própria, se levantam e se põem a caminhar. Direção desconhecida, já não sei onde estou. Apenas sinto o suor em minha testa e o vento em meus cabelos; tudo passa muito rápido. De repente, paramos - eu e minhas pernas, que no momento não pertencemos a um só corpo. Não consigo saber onde elas me levaram dessa vez. Ouço uma voz chamando insistentemente. Acendem-se as luzes. Destino.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Impessoal e imparcial



Se paro e penso logo vejo que algo não está certo. Penso mais um pouco, e também não está errado. Diferente! Era essa a palavra que procurava. "Diferente" não é fixo, não é conceito, não é resposta, não é ideia. "Diferente" não é nada. Mesmo assim repito. Diferente. Não bom ou ruim, melhor ou pior, feliz ou infeliz; só diferente. Diferente de mim, de você e dela, diferente do que estamos acostumados, diferente da vida e da morte, do céu e da terra, do ser e do não ser. Porque ser diferente, bem, eis a questão.

29-09-10

terça-feira, 23 de novembro de 2010


Segundos, minutos, horas, dias, meses, anos. O tempo passa, e com ele a vida diante de nossos olhos e só nós não enxergamos tudo aquilo que estamos deixando ir embora, sem ao menos tentar. A vida, cada vez mais ligeira, corre fugaz pelos caminhos, e cabe a nós guiá-la de acordo com o melhor a nosso ver. O tempo passa, a vida corre, oportunidades se vão. A partir do momento do nascimento, está-se cada vez mais perto da morte, da fatal brutalidade a qual todos estamos condenados. Sonhos, lembranças, dinheiro, oportunidades, tudo se esvairá pela terra e será comido junto ao corpo. De que servira? De que adiantara toda uma vida construindo, desconstruindo e construindo novamente, se tudo não passa de uma aventura, da qual jamais sairemos vivos? A vida foi feita para ser aproveitada cada mísero segundo, cada momento, cada riso, lágrima ou oportunidade. Qual o sentido da vida? Qual o sentido da SUA vida?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010



Eu detesto isso. De ter que esperar. Esperar para comprar pão, esperar para sair seu boletim, esperar para viajar, e até esperar 9 meses para ter um filho. Não gosto mesmo de esperar. Para mim, seria ótimo se tudo fosse simples, rápido e pratico. Aqui e agora. Sem mais delongas. Mas por um lado admito. A grande graça na maior parte das coisas é a espera. A ansiedade torna tudo magnífico. A contagem dos dias e horas até o fim daquela miserável e dolorosa espera é a alegria de seus dias. O fim da espera, por um tempo – por menor que seja – o melhor momento da sua vida. Há quem diga que fazer as coisas no calor do momento e em cima da hora é bom, e confesso que estou nesse time. Gosto dessa idéia de decidir, e já pôr em prática. Da sensação de realização, de satisfação, e daquele prazerzinho momentâneo. E só quem está no meu time sabe da sensação mais indescritível possível, que é aquela de parar por uns minutos e refletir: o que eu acabei de fazer? Será que eu fiz mesmo isso? Ou será que é só minha imaginação? Será que eu deveria ter feito? – E, no fim, chegar sempre à mesma conclusão: valeu a pena.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vida

Bonita, difícil, confusa. A vida. Vida de homem, de mulher, de ricos e sertanejos, vida difícil, vida sofrida. Vida aquela que, em dado momento, passa a fazer sentido. Tudo faz sentido. Confusa, difícil, bonita. É a vida. Vida minha, vida tua; vida infinita no momento do fim, insolúvel no momento da solução, inimaginável na nossa imaginação. Apenas vida.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Que graça teria um show particular?

Solitário, no dicionário, quer dizer “aquele que se isola dos outros”. Querendo ou não, se observarmos com atenção toda a mudança ocorrida na sociedade através das décadas, veremos que foi exatamente isso que aconteceu. Podemos colocar a culpa nos padrões de beleza, nas índoles masculinas ou em qualquer outra coisa, mas a verdade é que nós mesmas nos afastamos de um amor, de uma parceria estável. Que atire a primeira pedra quem nunca teve medo de assumir um compromisso, por motivos como perder um “leque” de opções, melhores, piores, diferentes.
Aos poucos, as pessoas deixaram de valorizar aquela relação concreta, com trocas de cartas de amor e carinhos, apelidos, flertes e todo esse caminho que costumava levar à felicidade. As pessoas mudam, os sentimentos tentam acompanhar. Hoje em dia, o amor parece ter fugido, com medo de enfrentar nossos egos ridículos, orgulhos idiotas e valores fúteis. A verdade, por mais que doa, é que somos vítimas de nós mesmas, quando tentamos enganar ninguém mais do que nós com o pensamento de que podemos ser felizes sozinhas. Podemos, por um breve instante, mas logo nos sentiríamos solitárias e nos colocaríamos “à procura” de um novo amor, pois como disse o sábio Tom Jobim, “fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho...”.
Por mais que insista que poderia, sim, ser feliz sozinha por longos anos, vivendo sua vida tranquila, sem ter de dar satisfações a ninguém, encare como um desafio. Assim que desistir, me avise. Aos poucos, as pessoas estão retornando aos valores de antigamente, procurando “amores pra vida toda”, retomando o pensamento dos contos de fada. Se você ainda acha possível ser feliz sozinha, proponho um exercício. Pense nos momentos mais felizes da sua vida. Você estava sozinha ou acompanhada? Se você faz parte da maioria da sociedade, com certeza respondeu ‘acompanhada’. Pois bem, ainda acha possível ter uma vida perfeita, com lembranças de bons momentos e completamente vivida e aproveitada, estando isolada de tudo e todos?
Para finalizar, imagine um show, todos cantando a mesma letra, aquela vibração boa invadindo os corpos, os músicos pulando. Agora imagine se aquele espetáculo fosse exclusivamente pra você; que graça teria? Mesmo que tentemos provar a nós mesmas que dá pra ser feliz sem um parceiro ou amigos ao nosso lado, sempre caímos no mesmo questionamento: como?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Untitled

Olhei em volta e já era noite. Meu primeiro impulso foi olhar o relógio, temendo que já tivesse chegado a hora. Eu sabia que não deveria ansiar por nada, criar expectativas, para não me frustrar. Talvez sua opinião não houvesse mudado, talvez fosse só uma desculpa boba pra me arrastar até ali e se divertir às custas da minha ingenuidade de crer que mudara. Os ponteiros já marcavam quinze para as nove. 4 horas haviam se passado enquanto eu apenas pensava no que aconteceria, no que havia me levado até ali. Começou a garoar. Dez para as nove. A chuva apertava, e eu já começava a ficar encharcada. Cinco pras nove. Meus cabelos, já totalmente molhados, lambiam em meu rosto por conseqüência da forte ventania que tomara conta da esquina escura, sendo o único ponto de luz uma lamparina pequena e meio apagada num poste acima de minha cabeça. Temendo um resfriado, resolvi atravessar a rua para procurar abrigo. No mesmo instante, senti um baque forte contra meu corpo, e não vi nada, tudo foi muito rápido. Um grito. Quando abri os olhos, estava deitada do outro lado da calçada, e havia alguém em cima de mim fazendo perguntas. Os pingos em meus olhos me cegavam e a ventania, ensurdecia.
Lutando contra a chuva, vi um homem normal, nem alto nem baixo, nem bonito e nem feio, mas com um brilho diferente nos olhos. Sua voz desesperada sussurrava apelos ao meu ouvido. Quando o respondi, uma calma visivelmente tomou conta do desconhecido. Olhando pra rua, vi os vestígios do que acontecera. Um carro batido no poste. Sirenes se aproximando. E só. Eu não conhecia aquele homem. Apesar disso, soube que meus planos mudavam. Não esperaria mais.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Felicidades-miojo


Oooi :D
Sabe quando você tá muito feliz, aparentemente sem motivo? é uma felicidade instantânea, que nem o amado e querido miojo. Pois eu acho que a gente devia ficar feliz assim sempre, afinal, quem precisa de motivos pra ser feliz? Olha pra vida, garanto que sua vida é linda, cheia de pessoas que te cercam alegres e que te amam, e eu sei que acontecem coisas que você pensa "Porque comigo? Minha vida é uma bosta!", mas é só pensar um pouco e ver que não é bem assim. Todo mundo tem suas alegrias e tristezas, e algumas pessoas têm o dom de fazer prevalecer as alegrias. São essas as pessoas que você vê no dia-a-dia e pensa como são tao felizes o tempo todo. Sei o segredo delas, e não é nada demais: elas só não se deixam abalar pelas coisas bobas que as vezes tiram o nosso sossego.
Isso me faz lembrar uma coisa que a Gabi sempre diz quando eu reclamo da vida: "Que sua vida é ruim o que? Olha as pessoas do Bumba!". Bom, Bumba é um morro aqui de Niterói que desmoronou e muita gente morreu ou ficou desabrigada. Pode parecer exagero, mas a Gabi tá super certa. As vezes pensamos que nossa vida é horrível e tudo de ruim acontece com a gente, mas não nos damos conta de que nossos problemas são terrivelmente menores do que os das outras pessoas.
Olhando em volta, poderíamos perceber o quanto a vida tem a nos oferecer, e o verdadeiro valor de ter uma escola, amigos, uma família, comida, casa, e todas essas coisas que nem lembramos de agradecer. E quem sabe se percebêssemos que são tão essenciais, pensaríamos mais em ajudar a quem não tem isso?
Bom, isso tudo foi pra dizer que sim, podemos ser alegres todos os dias, estampar um sorriso no rosto mesmo com aquela nota baixa, aquela briga com a mãe ou aquele carinha que não te dá bola. Afinal, é a vida, e qual seria a graça dela se tudo fosse perfeito?


Aliás, a Gabi foi quem me aturou hoje na escola com essa alegria toda sem motivo (ou talvez com motivo :x), ela e Stefany. E aproveitando que falei na Gabi, ela é/foi minha primeira leitora, e talvez única '-' IJSIOAJSIOJ Brincadeira, tem a Paula também *-*
Beeijos

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Num tempo de Amélias, surge o desconhecido

só pra quem não sabe, em literatura a gente se refere às mulheres antigas, conservadoras, como Amélias, e às independentes que vão surgir depois, como Dandaras. acho que é isso, aprendi ano passado e não lembro bem ihsioajsoih e fica a dica, esse tá ruim porque tinha que fazer narração, e sou mt mais dissertação. :D

Tudo começou num tempo que esse meu estereótipo de mulher moderna era considerado vulgar e até motivo de diversos preconceitos. Nesse tempo, eu era rotulada como a rebelde, que tinha se cansado do fogão e do tanque de lavar roupa e por isso tinha partido para o mundo.
A grande maioria das fofocas e boatos veio quando resolvi sair de casa aos dezessete anos e ir morar sozinha no Rio de Janeiro. Em Itapenhambi, cidade pequena onde vivia com meus pais, todos já estavam comentando essa minha decisão um tanto quanto precoce em relação às outras jovens de minha época. Num tempo de Amélias, surgia a Dandara independente.
Mas também não posso reclamar de tudo: ao chegar ao Rio, deixei de ser o patinho feio e me tornei o cisne elegante, que corria em busca de seus ideais e lutava, trabalhava duro para sustentar-se em uma cidade nova, o cisne aprendendo a voar com suas próprias asas. Esse era, aliás, um dos traços mais marcantes de minha personalidade: nunca gostei de depender de homem para isso ou aquilo, prefiro me esforçar para ser a senhora de meu próprio destino.
No Rio de Janeiro as pessoas na rua já não me olhavam como a diferente; lá, eu era apenas mais uma entre as milhões andando pelas ruas agitadas do Leblon. Sempre gostei muito de sair a noite, ou melhor, desde que fui para o Rio, minha antiga cidade não era, digamos, expert em programas noturnos, e esse gosto me rendia conhecer muitos rapazes interessantes. Todos eram legais, mas o Ricardo era diferente dos outros, ele realmente me amava.
Namoramos por três anos e meio, até que veio o pedido de casamento. Aceitei, claro. Quando retornei à minha cidade natal para contar as boas novas e distribuir os convites, as fofocas mudaram. Agora, aquela vizinha fofoqueira comentava: "Olhe lá, será que a Luana finalmente tomou jeito?"
Bom, se tomei jeito ou não, eu não sei, mas será que não foi a concepção do mundo de mulher moderna que se adaptou a mim? Era o mundo se adaptando à nova mulher, quebrando barreiras de preconceitos através do tempo.

domingo, 11 de abril de 2010

Armários e valores



Hoje eu tava arrumando meu armário (confesso que quase me perdi no meio da bagunça toda) e pensei em uma coisa. Tantas vezes reorganizamos nossas coisas, reformamos nossa aparência, nosso estilo e não paramos pra pensar que tudo que precisamos é uma transformação. Você deve estar pensando: mais uma? É, mais uma, mas essa é diferente, digamos que essa não inclua dinheiro e coisas do tipo,e que ninguém vai reparar logo de cara. Mas uma coisa eu posso garantir, essa é a mudança mais importante e talvez a mais preocupante e trabalhosa para nós.
E essa mudança é uma mudança interna, uma mudança no seu modo de pensar e agir, uma mudança que vai fazer de você uma pessoa melhor. Eu posso estar parecendo uma maluca falando de armários e revoluções na maneira de pensar, mas cheguei à conclusão de que pouco importa se estamos ou não de unhas feitas, se somos loiras, morenas ou carecas (ok, eu não queria ser careca), se temos 1 ou 50 reais no bolso ou se somos organizadas com nossos armários, se continuarmos agindo sempre da mesma forma.
Acho que as pessoas deveriam dar mais valor ao que realmente importa, o que vai valer alguma coisa depois que tudo isso acabar, aquilo que ninguém pode lhe roubar e que mesmo que perca tudo, continuarão com você, que são seu caráter, sua humildade e sua dignidade.
Pense num mundo em que as pessoas realmente se importassem com quem é você e te dessem o merecido valor por suas ideias, e não pelo que veste ou come. Talvez não fosse assim tão bonito, mas com certeza seria mais justo e feliz. Ou talvez pensar em tudo isso seja uma grande perda de tempo. Sinceramente, não me importo de perder tempo com isso, somos todos um grande armário precisando de uma nova organização. Quem se candidata a colocar a mão na massa?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pense antes de dizer.. pode não ter volta.

Deslizamento de grandes proporções atinge Niterói

Arrastão causa tumultos em dois bairros de Niterói

Chuva deixa 3 mil desabrigados em Niterói-RJ

Bombeiros buscam vítimas de tragédias em Niterói, mortos são 161


Allan, 17 anos. Dia 28/05/09, embarcou para uma viagem com os amigos às 19 horas. Algumas horas antes, sua mãe foi ao aeroporto se despedir e desejar boa viagem. Quando a mãe perguntou sobre os remédios, meias e agasalhos, Allan mandou ela calar a boca e parar de encher o saco. Por fim, disse que a odiava e a mãe foi embora chorando. Só mais uma cena rotineira, e é claro que era tudo da boca pra fora.

Mas dessa vez não foi só mais uma. Foi a última. Não porque eles pararam de brigar, começaram a se dar bem, mas porque nunca mais se viram. O quadro de chegadas e partidas indicava: Vôo A747. Sofia, mãe de Allan, nunca teve a oportunidade de saber o quanto Allan odiava aquelas brigas, e o quanto a amava. Acabou, era o fim.

Quantas vezes magoamos pessoas que amamos e talvez por orgulho não nos desculpamos? Quantas vezes, na hora de uma discussão ou da raiva, dizemos coisas que ferem os sentimentos de quem sempre esteve ao nosso lado e sempre nos apoiou, e que nem são verdade? Quantas vezes nos arrependemos por palavras ditas da boca pra fora, queremos voltar no tempo e corrigí-las? A verdade é que todo mundo já passou por isso, mas nem todo mundo já parou pra pensar que pode ser a última oportunidade de demonstrar o quanto certas pessoas são especiais e o quanto nos fazem feliz, dizer a elas seu verdadeiro valor e que a amamos. As vezes o melhor é respirar fundo, manter a calma e preservar uma boa relação, afinal, não sabemos o dia de amanhã. E do jeito que as coisas estão, não custa nada distribuir essas três palavrinhas a quem as merece e que com certeza ficarão felizes de ouví-las: EU TE AMO.


E só pra lembrar, quem quiser/puder ajudar o pessoal aqui de Niterói que ficou desabrigado, os pontos de coleta de doações tão aqui nessa lista.


Beeijos :*


O tempo é questão de tempo

O homem se vê diante de dúvidas constantes quando se trata do tempo e se ele é ou não suficientemente produtivo. Uma dessas dúvidas mais frequentes é se deve ou não seguir a filosofia do Carpe Diem e aproveitar cada dia como se fosse o último ou "perder tempo" pensando em um futuro incerto. O jovem, por exemplo, se vê constantemente nessa encruzilhada de escolhas, nem sempre fáceis, e acaba por colocar em risco sua saúde física e mental.
O tempo é o único recurso distribuído de forma igualitária aos homens, sem diferenças entre raças, sexo ou religião, cada um recebe 24 horas por dia e nada a mais ou a menos do que isso. É fato que o ser humano dispõe do mesmo número de horas, minutos e segundos que séculos atrás, porém não o torna tão aproveitável quanto seus antepassados. Uma das grandes culpadas são as novas distrações existentes, como a internet e as inúmeras e tentadoras opções de lazer.
O adolescente passa por essas situações de escolha principalmente na época do vestibular, pois parece não ter tempo suficiente para nada. Não é que ele não o tenha, ele só não sabe administrá-lo de forma adequada. Se divertir não é sinônimo de irresponsabilidade, desde que não se extrapole alguns limites. É preciso definir prioridades, traçar metas e objetivos e correr atrás dos mesmos.
Algumas pessoas acabam por extrapolar esses limites, e em busca de mais resultados, além de perder horas de sono, utilizam-se de energéticos e medicamentos como a Ritalina. Essas pessoas pensam estar lucrando, mas esse "tempo a mais" consquistado, além de ser pouco produtivo, interfere no funcionamento normal de seu organismo e pode causar sérias complicações futuramente.
Concluindo, é necessário apenas relembrar que nenhum exagero faz bem, o ideal é a busca de um equilíbrio entre obrigações e lazer. É possível conciliar desejos e deveres, pensar no futuro sem deixar de viver e aproveitar o agora, basta encontrar sua meta e seguí-la, visando alcançá-la a longo prazo, sem pressa ou ansiedade.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Falta de respeito cansa!



Idoso, senhor, experiente, "de idade". Existem várias maneiras de nos referirmos à esses moldes que temos, modelos a serem seguidos, e que não recebem o valor que têm. Se pararmos para conversar com essas pessoas, digamos, mais maduras, veremos o quanto temos a aprender com elas, e o quanto foi difícil para elas chegar onde estão hoje. A sociedade deve, no mínimo, ter respeito para com esses cidadãos que construíram o que vivemos hoje, com muito esforço. Infelizmente, não é isso o que acontece.
Meu nome é Laura e acabo de completar 76 anos, mas com corpinho de 50. Semana passada, precisei ir ao shopping pagar umas contas e tomei o ônibus no ponto perto de casa. Passei meu cartão, girei a roleta e me segurei, pois não havia lugares vagos. Muitos no meu lugar ficariam indignados por serem idosos e não poderem sentar, mas eu na verdade não liguei muito, pois parecia que a cada dia me sentia mais jovem e forte, caminhava na praia todo dia pela manhã e ainda tinha pique para arrumar a casa à tarde.
Em um banco, uma mãe conversava animadamente com a amiga ao telefone, enquanto seu filho adolescente fitava o banco da frente emburrado. Ao me ver ali de pé, a mãe mudou completamente a fisionomia, cutucou o filho "disfarçadamente" para que me cedesse o lugar, falou com ele e tentou o convencer, mas ela mesma sequer moveu-se para que eu me sentasse.
Tentei ignorar mãe e filho na disputa de quem seria educado com os "velhinhos", como eles mesmos disseram, mas quando me dei conta já estavam quase todos os passageiros discutindo e brigando com o garoto, dizendo que "respeito aos mais velhos é fundamental".
Eu não sentia necessidade de me sentar, mas aquela falta de princípios coletiva estava me deixando nervosa e cansada. Todos pareciam saber muito bem o certo (levantar e me ceder o lugar), mas ninguém parecia disposto a isso, cada um empurrava a responsabilidade para o outro, incapazes de fazer a sua parte para melhorar um pouco a sociedade atual, pois como dizem as pessoas da minha idade, "de grão em grão a galinha enche o bico".
Cansei disso, da falta de respeito pelos mais velhos, e dos termos usados para se referir a mim naquela discussão estavam me fazendo mal. Estiquei o braço e fiz sinal para parar. Desci do ônibus e continuei andando o que faltava para chegar ao meu destino, enquanto as vozes estridentes da discussão iam ficando para trás, e eu sentia olhares me fuzilando pelas costas. é, me cansei!