quinta-feira, 15 de abril de 2010

Num tempo de Amélias, surge o desconhecido

só pra quem não sabe, em literatura a gente se refere às mulheres antigas, conservadoras, como Amélias, e às independentes que vão surgir depois, como Dandaras. acho que é isso, aprendi ano passado e não lembro bem ihsioajsoih e fica a dica, esse tá ruim porque tinha que fazer narração, e sou mt mais dissertação. :D

Tudo começou num tempo que esse meu estereótipo de mulher moderna era considerado vulgar e até motivo de diversos preconceitos. Nesse tempo, eu era rotulada como a rebelde, que tinha se cansado do fogão e do tanque de lavar roupa e por isso tinha partido para o mundo.
A grande maioria das fofocas e boatos veio quando resolvi sair de casa aos dezessete anos e ir morar sozinha no Rio de Janeiro. Em Itapenhambi, cidade pequena onde vivia com meus pais, todos já estavam comentando essa minha decisão um tanto quanto precoce em relação às outras jovens de minha época. Num tempo de Amélias, surgia a Dandara independente.
Mas também não posso reclamar de tudo: ao chegar ao Rio, deixei de ser o patinho feio e me tornei o cisne elegante, que corria em busca de seus ideais e lutava, trabalhava duro para sustentar-se em uma cidade nova, o cisne aprendendo a voar com suas próprias asas. Esse era, aliás, um dos traços mais marcantes de minha personalidade: nunca gostei de depender de homem para isso ou aquilo, prefiro me esforçar para ser a senhora de meu próprio destino.
No Rio de Janeiro as pessoas na rua já não me olhavam como a diferente; lá, eu era apenas mais uma entre as milhões andando pelas ruas agitadas do Leblon. Sempre gostei muito de sair a noite, ou melhor, desde que fui para o Rio, minha antiga cidade não era, digamos, expert em programas noturnos, e esse gosto me rendia conhecer muitos rapazes interessantes. Todos eram legais, mas o Ricardo era diferente dos outros, ele realmente me amava.
Namoramos por três anos e meio, até que veio o pedido de casamento. Aceitei, claro. Quando retornei à minha cidade natal para contar as boas novas e distribuir os convites, as fofocas mudaram. Agora, aquela vizinha fofoqueira comentava: "Olhe lá, será que a Luana finalmente tomou jeito?"
Bom, se tomei jeito ou não, eu não sei, mas será que não foi a concepção do mundo de mulher moderna que se adaptou a mim? Era o mundo se adaptando à nova mulher, quebrando barreiras de preconceitos através do tempo.

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